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Pequenos negócios são os verdadeiros paradigmas para garantir economia sustentável, defende presidente do Sebrae


12/11/2024


 

Pequenos negócios são os verdadeiros paradigmas para garantir economia sustentável, defende presidente do Sebrae

Integrante da comitiva brasileira que está m Baku, capital do Azerbaijão, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 29, o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, defende o papel central dos pequenos negócios na construção de um planeta mais sustentável.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias (ASN), Lima destaca que, sob a liderança do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, “o Brasil retomou o compromisso com a sustentabilidade, do qual a humanidade não tem mais volta”.

Acompanhe abaixo a entrevista completa.

ASN: Como os pequenos negócios estão incluídos na promoção da sustentabilidade do planeta?

Décio Lima: Os pequenos negócios, seja no campo ou na cidade, são os melhores exemplos, são os verdadeiros paradigmas do ponto de vista de garantir um planeta saudável, uma economia sustentável. São esses empreendimentos, neste universo plural que representa a pequena economia brasileira, que responde por 95% das empresas no Brasil, seja no campo, na cidade, no comércio, na indústria da transformação, no turismo ou na prestação dos serviços. O pequeno negócio é o grande retrato econômico do nosso país. Portanto, trazê-lo também para a cultura da sustentabilidade é trazer um bom exemplo da construção de um planeta saudável. Nós, do Sebrae, estamos aqui, em Baku, nesta grande conferência que reúne o mundo todo para poder inserir as pequenas economias neste contexto.

ASN: O senhor acredita que a presença do Sebrae aqui abre um espaço para o pequeno empreendedor na maior conferência com viés sustentável do mundo, e que acontece no Brasil em 2025?

Décio Lima: Esse tema é para todos. Ou todos vamos nos envolver para garantir um país que tenha a tranquilidade da sua própria existência ou nós vamos fazer um processo que não terá o alcance necessário de garantir a sustentabilidade do nosso planeta, que passou e ainda passa, em vários territórios, por um conjunto de agressões, como no governo passado, quando passaram a permitir as queimadas, os processos de destruição sem que houvesse inclusive o cumprimento da própria legislação. O Brasil estando aqui também é uma garantia para o planeta, porque nenhum país tem seis biomas como o Brasil, nenhum território do planeta tem a Amazônia, ou seja, somos estamos neste momento como o verdadeiro paradigma para garantir a sustentabilidade para o mundo. Além disso, o Brasil é um grande celeiro hoje, que alimenta o mundo. A economia do agronegócio, da pecuária, ela pode estar afinada com o conceito da sustentabilidade, como é a própria agricultura familiar, que eu diria é o grande exemplo para que a gente possa garantir uma economia sustentável.

ASN: Presidente, você acredita que o pequeno produtor rural pode contribuir para a sustentabilidade e segurança alimentar mundial?

Décio Lima: Ele já contribui, na verdade. É o pequeno agricultor que desenvolve principalmente as políticas saudáveis do alimento, de garantir a proteção das nossas reservas naturais. É o pequeno agricultor que trata a natureza com uma relação verdadeira de cuidado, de humanismo, porque ele convive, ele vive no campo. E isso faz uma diferença extraordinária do ponto de vista principalmente do processo produtivo da terra.

ASN: O pequeno empreendedor rural é capaz de contribuir com a redução das emissões dos gases de efeito de estufa?

Décio Lima: Ele já está contribuindo, na verdade, pelo exemplo que ele é. O que nós precisamos é que as grandes cadeias, que são importantes para o país e para o mundo, espelhem-se na pequena propriedade agrícola e na forma como, principalmente, o Brasil produz aquilo que a gente chama de sustentabilidade, inclusive na visão clara de fazer o alimento saudável sem os venenos e a perversidade que, às vezes, as pessoas são tomadas, de estabelecer rapidez nas cadeias produtivas, prejudicando a vida com o uso de produtos químicos que, hoje, inclusive, em grande parte do mundo já são proibidos e que o Brasil também tem um olhar muito especial para que a gente tenha uma alimentação saudável e uma produção tranquilamente sustentável sem agressão aos nossos biomas.

ASN: Qual é a expectativa do Sebrae em relação à COP29, já olhando a COP30 no Brasil? E qual é a expectativa do Sebrae com a participação do Brasil na COP29?

Décio Lima: O Sebrae tem um papel histórico que nos transformou em uma das entidades com a maior credibilidade do povo brasileiro. Ganhamos este ano o primeiro lugar como entidade de compromisso sustentável e social, somos o exemplo número um do Brasil e, portanto, nós estamos aqui para também dar a nossa contribuição, e inserir a esse universo extraordinário os pequenos negócios que, no Brasil, representam distribuição de renda, acumulam 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e que, no ano passado, contribuíram com 80% da criação dos empregos formais.

O governo do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin está desenvolvendo, com as entidades associativas, um processo importante para que o Brasil rapidamente retome o caminho que em pouco espaço de tempo nós perdemos. Nós éramos a sexta economia do planeta antes do golpe, passamos a ser a 12ª economia no final do governo passado e hoje já estamos empolgados chegando à oitava economia do planeta, atingindo uma taxa de desemprego de 12% para 6,4%, já tiramos 24 milhões de brasileiros e brasileiras que infelizmente voltaram para o Mapa da Fome nesse período anterior.
Décio Lima, presidente do Sebrae

O Brasil já comemora neste momento o segundo país do mundo em receber investimentos internacionais, perdendo apenas para os Estados Unidos, Destaco também o trabalho da Apex, que aumentou os mercados internacionais, são mais de 270 mercados e nós não podemos imaginar a expressão que é a pequena economia brasileira, o micro e o pequeno empreendedor não estar nessas pautas. Quais são? A da sustentabilidade, da economia globalizada e deste novo mundo que é um mundo também da inovação, da inteligência artificial, que é um mundo que se revela como um processo revolucionário na vida e na economia mundial. Com esses três conceitos, aquele que também precisa sempre dar a visibilidade, que é não permitir que nós tenhamos seres humanos passando fome. Não adianta ter um mundo sustentável, inovador, uma economia globalizada, se nós estivermos convivendo com 750 milhões de seres humanos jogados ao léu da própria sorte, passando fome neste planeta. Então, a COP29 é uma expressão desse debate, e nós, no Brasil, vamos mostrar realmente os nossos paradigmas, que hoje já são exemplos, principalmente na questão da sustentabilidade e nos processos de inclusão que o presidente Lula trouxe novamente ao nosso país.

Sebrae na COP 29

Os pequenos negócios são atores essenciais no combate ao aquecimento global. Representando mais de 95% dos negócios no Brasil e 30% do PIB do país, as micro e pequenas empresas estão posicionadas de forma única para causar um impacto significativo nas mudanças climáticas.

O Sebrae atua para transformá-las em protagonistas do desenvolvimento sustentável. A COP30, em 2025, será realizada no Brasil, em Belém (PA). Mesmo não sendo responsáveis pela maior parte das emissões, os pequenos negócios podem dar contribuições significativas para o alcance da meta de carbono zero, por meio de inovações e serviços para a transição verde.

Participaram da abertura do espaço a diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, o diretor superintendente do Sebrae Pará, Rubens Magno, a deputada Federal Ana Paula Lima (PT/SC), o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Amapá, Josiel Alcolumbre, o embaixador do Brasil no Azerbaijão, Manoel Montenegro e Itamar Manso, conselheiro do Sebrae Nacional.

Fonte: Agência Sebrae

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